desconhecido
Desenho círculos infinitos na ponta dos teus dedos com a ponta do meu dedo enquanto ouço os segundos passando no teu relógio de pulso. Me faz pensar em como minhas digitais encostam nas tuas falanges quando nos despedimos e balançamos os braços de leve, dependurados nesse momento. O brilho dos teus olhos faz com que eu me veja de uma forma que não me reconheço e um pensamento me perturba. Será que tu me conheces? E dessa dúvida, outras vão surgindo e me fazendo questionar se isso que sinto por ti é verdadeiro. Sem perceber eu te machuco apertando demais tua mão - marcando tua palma com as curvas das minhas unhas. Te peço desculpas pela desatenção, mas volto pra casa me perguntando como pude não perceber. Sendo honesta contigo é exaustivo reparar os estragos anteriores pra te proteger das minhas sombras; nem sei mais como reconstruir os limites necessários para que não sejamos soterrados por destroços passados. Mas tenho medo dessa luz nos teus olhos esvaecer e por isso sigo tentando co...