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Mostrando postagens de outubro, 2008

Perto Demais [2]

Como todos os estranhos que se cruzam nessa cidade cinzenta, reserva não é apenas o modo de afastar as pessoas, mas de encantá-las. Revelar os segredos, as verdades, os desejos. Começando pelos olhares. Contato visual. E do primeiro contato passamos por todos os outros. Aqueles que dizem o que palavras não conceituam explicitamente, que fervem no sangue, forçam os gestos desmedidos, unem corpos e pressionam lábios indecisos em dois sabores. Línguas que deslizam intimidade. Acreditarei nela, enquanto puder reconhecer tua face, teu toque e o que eu procurava. Mas qual mentira pode sobreviver quando os pensamentos voltam a ser particulares, os corações; desconhecidos, e os espaços partilhados; vazios? Quando o que dissemos a nós mesmos depois que as mãos se soltaram dos cabelos e o calor do corpo dissolve na frieza do dia. Tuas mãos pressionando meu peito, abrindo espaço. Por tudo o que sei a teu respeito, que foge à fragrância de pele, os arrepios no pescoço e o creme dental, nã