Diário de Bordo

(A pedido de Carlos H.)

There is a pleasure in the pathless woods;
There is a rapture on the lonely shore;
There is society, where none intrudes,
By the deep sea, and music in its roar:
I love not man the less, but Nature more…
Lord Byron

Por muitos anos eu vivi ao redor de pessoas que corriam na beira de um buraco, que um dia os engoliu por inteiro para uma vida vazia, que esperava ser constantemente preenchida pelos boas-noites ao desconhecido com quem repartia a cama ou com as mentiras que os faziam assentir uma busca material inútil.
Enquanto eu me mantive preso às regras, alimentei o professor na minha alma com toda literatura possível, e depois de refletir sobre as muitas questões em mente, eu me perguntei se os caminhos aos quais eu fora destinado me saudariam com suas taças secas, sabendo quem realmente sou.
Á esta aproximação me tornei arredio, cauteloso como um animal ferido. E desiludido com as fartas máscaras que se dissipavam, eu parti, para enfim, poder respirar. Havia um vento novo sobre meus cabelos tão selvagens quanto a natureza ao meu redor, sussurrando e cantando. Eu era parte de tudo aquilo, tanto que abaixo do meu ser, havia uma estrada que desaparecia muito além no extremo norte.
Ao seguir em busca da aventura suprema, nutrido pelo super-andarilho que acordara lá dentro, deparei-me com todas as diferentes grades, adquiridas pelas pessoas que nelas estavam presas. Apesar da indignação, era eu o alvo das preocupações e pensamentos, mesmo que nunca tenha sido o que eles haviam imaginado.
Havia uma pureza em meus pensamentos, um estado sincronizado com um universo maior, um jeito de ser vivo, feito um satélite, orbitando em volta da natureza selvagem, ao invés do contrário.
Eu ignorei as regras conhecidas e elas me desconheceram, no momento em que eu abri os braços para o mundo, esperando agarrá-lo em meus poros, fotossintetizá-lo em minha pele. Pois somente isto seria capaz de me trazer a sensação de “casa”. Além de você e todas as palavras que sua página era capaz de carregar.
Infinitamente superior à todas as garantias abandonadas.
Assim, eu parti. Desejando secretamente saber se eles podiam ver o que eu estava vendo, conhecendo as coisas por seus nomes reais, sofrendo com seus próprios erros e morrendo por suas próprias escolhas?
Sim, eu morri, no estado físico de uma ostra vazio, mas fascinado pela perfeição que me foi permitida partilhar.
O que mais um homem pode desejar além desta infinita felicidade?

shelhass
Baseada na música Guaranteed por Eddie Vedder e no brilhante filme Na Natureza Selvagem (Into the Wild).

Comentários

Darshany L. disse…
preciso ver este filmeeee
Nadezhda disse…
Foi um dos melhores filmes que vi nesses últimos tempos ;)
bia de barros disse…
[preciso ver este filme]²
Adoraria participar do seu mundo, menina. Pode musicar quantos poemas meus vc quiser - com duas condições:
1) me diz quais vão parar na sua obra: tou megacuriosa *-*
e
2) me autografa um exemplar do seu livro qnd tiver nas prateleiras: eu vou ficar honradíssima x)
bjs, guria!
inté *;
te cuida ^^
bia de barros disse…
ps: tenho um pedidinho, se não se importa: estória para a música "Diferente", da banda Gotan Project.
qnd vc puder, tá?
^^
agora sim,
bye!
T disse…
Você é fantástica!
Carlos Howes disse…
Vou fazer o menor comentário que já fiz para um texto seu, em compensação o maior elogio de todos:

P-E-R-F-E-I-T-O.

È como se ele fosse reescrito em outras palavras, e em ótimas palavras, por sinal.


ps: È sério que a Angelina Jolie e o Brad vão aí? È para o Fórum Social?
Camila disse…
"Ao seguir em busca da aventura suprema, nutrido pelo super-andarilho que acordara lá dentro..."

Foi assim que saí da casas de meus pais!

QUanto ao filme, preciso ve-lo!

Beijos!
Danny :) disse…
"ps3: Eu me recuso a aceitar a reforma que fizeram na gramática. Eu vou colocar o pingo no u se eu quiser, muito obrigada. Será que eles não percebem que eu gastei todo o meu colegial apreendendo a diferença entre um pelo e um pélo?"

odiei a idéia de que idéia não tem mais acento. argh! hahaha

ah, não, eu que repito os livros mesmo, não saiu nada de novo de MS, hahahah
e você, como está?
Mah Jardim disse…
Tenho a impressão que já vi esse filme,o texto me deu uma sensação de déjà vu.
Anônimo disse…
esse filme é muito bom, um dos melhores filmes de 2008, com certeza, é lindo, e a trilha sonora é fantástica
Beijos :*