Indícios
Levanto e acendo as luzes. Começo a tirar as roupas do canto onde estavam e passo a organizá-las, mas não sei bem se separo por cores, tamanho ou uso (casual, esporte e assim por diante). Minhas mãos e uma parte da minha cabeça se ocupam com isso, mas sei que só estou arrumando meu armário tamanha madrugada porque não consigo dormir e as sombras do meu quarto me fazem lembrar do que se esconde nas esquinas do meu coração. Mas não estou certa se é algo que consigo resolver... e quando há muito a fazer por dentro, começo por fora. Há muito mesmo o que fazer. Meias sem pares, calcinhas com elásticos frouxos e camisas com buracos que eu jamais percebi – deveria jogar fora? Não sei. São tão confortáveis. Faço uma pilha disso para decidir depois. Há também fronhas e lençóis e algumas toalhas bem feias que mereciam virar pano de chão. E outra pilha (roupas que não cabem mais). E mais uma pilha (nunca usei/usarei). E já é de manhã. Abro a janela pra sentir os primeiros raios do dia....