não titulado
É como se o ruído do vento nos meus ouvidos não significasse nada. O mesmo vale para a sensação de ardência que o frio e o movimento incontrolável dos meus cabelos provocam. A noite fria e escura me traz calafrios. Há tantas sensações, há tantos pequenos detalhes passando por meus olhos, encostando-se a meu corpo, mas eu simplesmente não consigo me concentrar em nenhum deles. Não quando meu estomago flutua, cheio e vazio ao mesmo tempo, recolhendo-se assustado antecipando a queda. Uma vontade quase incontrolável de correr, pular e cantar a música que toca no rádio nesse momento, tão grandiosa, tão igual ao ritmo vulcânico em meu peito, aquecido pelo choque e calor que teus olhos produzem. E pela primeira vez eu não tenho medo, não me sinto acuada. Não me importam as horas, nem a falta de luz. Não tenho ideia de para onde a estrada leva, nem quanto tempo levaremos para chegar lá. Eu quero sorrir, te dar a mais doce gargalhada deste universo. Quero que sintas como me fazes bem, o quanto ...