26.09
Pelos fones de ouvido ouço o som das cordas arranhadas. As notas ressoam em minha mente, meu corpo, meu coração. Numa língua que tanto eu quanto tu desconhecemos por completo, traduzo coisas que desejo poder te dizer neste dia especial. Eu penso nisso, deitada ao lado das tuas camisas encardidas, que acabei trazendo comigo sem querer. Depois de um tempo, adormecida; sonho. Estou andando por entre as barracas coloridas desta pequena feira de artesanato local. As pessoas andam de um lado para outro, entretidas com os objetos expostos. Eu olho em volta, respirando o ar fresco de outono, cheio de vida e de calor nesse final de semana ligeiramente ensolarado e aos poucos noto que a mesma canção toca nos auto-falantes. As palavras me tocam e não percebo que a multidão me empurra para o lado. E de repente o som vivo ao meu redor explode, como se eu tivesse emergido da água. O ruído dos carros, dos passos, das vozes, me faz sorrir mais do que eu teria da piada idiota que alguém diz logo at...